No Rock In Rio, Pitty mantém repertório da turnê, mas agrada mesmo é com baladas que fizeram sucesso.
Enquanto grande parte das bandas nacionais subiu no Palco Mundo, o principal do Rock In Rio, preocupada em incluir grandes sucessos para levantar a plateia, Pitty optou por manter, de certa forma, o repertório da atual turnê, incluindo até – loucura? - uma música inédita em disco. O raciocínio é lógico: se foi a sua música que a colocou ali, naquele palcão, de frente para o maior público para o qual já tocou, por que abrir mão justamente dela? E, ademais, são tantos os sucessos emplacados pela cantora e sua banda que é natural, inevitável, que eles apareçam em qualquer show.
Mas, no início, a escolha não pareceu se tão apropriada assim. A pesada “Anacrônico” não agradou ao público, que só deu sinal de vida na seguinte, “Admirável Chip Novo”, título do disco de estreia. Logo Pitty viu que não estava diante do seu quintal; havia gente ali de todas as origens, que nunca tinha visto um show dela. Poderia ser hora de tentar falar alguma coisa ou apelar para o vestibular para Freddie Mercury da vez, como outros mais experientes fizeram, mas o show segue fiel à sua vocação. “Comum de Dois”, se inédita em disco, é conhecida no meio virtual e, dançante, tenta transformar o Rock In Rio em baile, mostrando a nova fase de Pitty. Não consegue.
Curiosamente, o público vem abaixo quando Pitty vira o leme para as baladas. “Vamos tocar essa que o pessoal tem pedido muito”, anunciou, antes de começar “Equalize”, exilada já há tempos dos shows. E aí um mar de braços erguidos, girando de lado a outro, toma conta do público, e continua em “Na Sua Estante”, talvez o momento mais emocionante do show. Antes de iniciar “Pulsos”, Pitty ensaia uma rebolada, “pra manter a tradição das cantoras do festival”, diz. Por ter a trajetória sempre ligada ao rock e ao underground, pode tirar sarro das insossas divas rebolativas que se passam por cantoras na música pop atual dublando vozes em shows ao vivo. “Pulsos”, single isolado de um disco ao vivo, vem carregada de uma dramaticidade que ergue os braços do público em coreografia ensaiada, num dos grandes momentos da noite.
Aí o jogo já estava ganho. Bastou mandar “Me Adora”, uma das músicas mais colantes dos últimos tempos, e encerrar a festa com “Máscara”, o hit que colocou Pitty no mapa do rock nacional. A novidade foi a citação à “Smells Like a Teen Spirit”, numa homenagem aos 20 anos do álbum “Nevermind”, do Nirvana. Merecida, afinal, o disco e o grupo mudaram a cabeça de muita gente, incluindo a da pequerrucha que, hoje, está no comando.
Fotos do show
Por : pittyclavesol.blogspot.com
Show completo pela multishow...
Fonte: Rock em Geral
Nenhum comentário:
Postar um comentário